Quem nunca teve um chefe quadrado, incapaz de permitir a liberdade criativa? A grande maioria deles é assim. Não há como fugir!
Em todos os campos de atuação, em todas as corporações, grandes ou pequenas ainda impera o modelo pós-industrial de microgerenciamento de tarefas. Mas o que é isso Gustavo?
Calma que eu explico!

Esse tipo de gestão tem raízes no Fordismo. O sistema industrial criado por Henry Ford para produção industrial em massa. O objetivo era produzir cada vez mais, gastando-se cada vez menos.
Para alcançar o sucesso, Ford idealizou a linha de montagem, onde cada pessoa exercia uma função específica, realizava uma única tarefa e entregava a sua parte da produção para o operário subsequente.
A função dos líderes nesse processo era garantir que cada membro de sua equipe fizesse tão somente aquilo que deveria fazer, no tempo que se esperava. Por isso, o líder acompanhava a execução de cada tarefa, conferia os prazos e aprovava ou não o trabalho melhorando continuamente o processo.
O filme Tempos Modernos de Charlie Chaplin mostra o processo e satiriza o fluxo de trabalho:
Passadas muitas décadas, ainda existem nos tempos atuais chefes que atuam dessa mesma forma. A pandemia do novo Coronavírus acentuou ainda mais essas características. Isso porque, as pessoas que lideram dessa forma se viram afastadas dos seus funcionários (agora em regime de home office) e sentiram que perderam o controle da produção.
Pois bem... Trago verdades!
Em primeiro lugar, qualquer que seja sua noção de controle de processo produtivo ela é abstrata. Tem os seus recortes, suas pretenções de poder e é artificial na medida em que cada um dos colaboradores é um indivíduo diferente dos demais.
Ora... ora... ora... Temos um Sherlock Holmes!
O Gustavo descobriu que as pessoas são diferentes. Não! Eu não descobri. Eu só estou reafirmando. Cada integrante do time, por isso, precisa ser entendido a partir das suas especificidades e particularidades.
O estilo de gestão que privilegia o microgerenciamento mata a criatividade!
Para que o chefe não seja assim, no entanto, é preciso que o time todo modifique a sua mentalidade. Colaboradores trabalham melhor com liberdade criativa e quando são valorizados por suas ideias.
Tenho a felicidade de ter um time foda no Quintal - Campanhas Criativas.
Essa turma entende que:
Está tudo bem não ser produtivo todos os dias e, por isso, tentamos sempre trabalhar adiantados;
Está tudo bem não querer trabalhar no dia do aniversário e, por isso, trabalhamos dobrado dois dias antes;
Está tudo bem precisar de alguns dias para espairecer na praia, no sítio, na fazenda e, por isso, negociamos esses espaços de liberdade;
Está tudo bem passar mal (não! Isso nem sempre é óbvio), precisar de ficar em casa e, por isso, estamos sempre nos solidarizando e cuidando uns das demandas dos outros;
Está tudo bem precisar resolver problemas pessoais, cuidar da mãe, levar o carro ao mecânico, ou não ter controle sobre o mundo...
Para que os líderes dos times não destruíssem a criatividade, foi preciso construir um ambiente de compreensão, ajuda mútua e modificar totalmente o mindset.
Quem nunca se pegou dizendo: Eu trabalho bem mais que fulano. Ou... Cicrano não faz nada e ainda tira folga? Ou ainda... Beltrano não vem hoje de novo?
Meu time entendeu que cada pessoa do time tem ideias, vontades, necessidades e objetivos diferentes. Quando estamos reunidos no Quintal, as ideias fluem porque nos despimos de todos os preconceitos. Nós entendemos o nosso objetivo comum e trabalhamos sem amarras para fazer o time crescer cada vez mais.
E aí? Conta aqui sobre as suas experiências com chefes controladores. Você ainda vive uma realidade assim? O que está fazendo para sair dela?

Gustavo Dias
Mestre em Comunicação Social e Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisador do Grupo de Imagem e Sociabilidade da UFMG. Escreve sobre política, suas estratégias e comunicação.
Comments